Fonte: Agência Câmara
de Notícias.
Alexandra Martins
Reportagem – Geórgia
Moraes/Rádio Câmara
Edição – Newton
Araújo
Fernando Luiz Gonçalves
Rios Neto (desembargador do TRT 3ª Região), Hamilton Rovani Neves
(assessor jurídico da Fenatrad), dep. Nilda Gondim (PMDB-PB) e
Solange Barbosa de Castro Coura (juiza do TRT 3ª Região)
Na audiência, foi
informado que a votação da PEC da igualdade dos direitos deve
acontecer na quarta-feira.
Juízes trabalhistas
defenderam, nesta quarta-feira, a ampliação dos direitos dos
trabalhadores domésticos na Constituição Federal. Eles
participaram de audiência pública da Comissão Especial da
Igualdade de Direitos Trabalhistas (PEC 478/10). A PEC pretende
igualar os direitos dos domésticos ao dos demais trabalhadores.
Autor da PEC em
discussão na Câmara, o deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) acha que é
possível alterar o texto da proposta, incluindo as sugestões
apresentadas hoje. A votação da matéria está prevista para a
quarta-feira (30).
Apenas nove dos 33
direitos trabalhistas previstos na Constituição Federal para os
demais trabalhadores são assegurados aos domésticos. A PEC em
discussão na Câmara revoga essa limitação.
Inclusão de direitos
Para o desembargador
Federal do Trabalho Fernando Rios Neto, essa revogação não será
suficiente. É necessário, segundo ele, em vez de só revogar a
limitação, deixar explícito no texto constitucional os direitos
que se aplicam ao trabalho doméstico. A mesma posição é defendida
pela juíza do trabalho Solange Barbosa de Castro.
Na avaliação do
desembargador Fernando Rios Neto, ao se modificar a Constituição,
“seria melhor acrescentar alguns incisos ao parágrafo único do
artigo sétimo”. De acordo com ele, nesse artigo, se poderia
incluir, “principalmente o inciso primeiro que fala da proteção
contra dispensa arbitrária; o inciso décimo terceiro, que fala da
jornada de trabalho, e os subsequentes, que falam de hora extra para
o excesso de trabalho; o de adicional noturno; e alguns outros
incisos que podem ser estendidos aos empregados domésticos.”
Ainda segundo o
desembargador, na legislação ordinária, dita infraconstitucional,
“seria necessário modificar a lei para que se admita a aplicação
subsidiária da Consolidação das Leis do Trabalho [Decreto-Lei
5.452/43, CLT] aonde ela for compatível com o trabalhador
doméstico".
Revogação dos
direitos
O assessor jurídico da
Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Hamilton Neves,
concorda com a sugestão. Ele afirmou que a categoria teme a
revogação pura e simples dos poucos direitos já garantidos na
Constituição Federal.
Segundo Hamilton, "a
preocupação da categoria é principalmente a regulamentação da
jornada de trabalho; que o fundo de garantia seja obrigatório e não
mais opcional, como é hoje; e ter direito ao seguro desemprego, que
também é um anseio grande da categoria."
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